DIAGNÓSTICO


Como é diagnosticada a síndrome de Rett?

A síndrome de Rett é causada por mutações no cromossoma X, num gene chamado MECP2.

Existem mais de 200 mutações diferentes encontradas no gene MECP2, que interferem na sua capacidade de gerar um produto genético normal.
A síndrome de Rett atinge todos os grupos raciais e étnicos, ocorre em todo o mundo em aproximadamente 1 em cada 10.000 a 12.000 nados-vivos do sexo feminino.
O teste genético é realizado através de uma simples amostra de sangue e é utilizado para confirmar o diagnóstico da Síndrome de Rett.
A maioria dos casos de Síndrome de Rett é causada por uma mutação no gene MECP2, que fornece instruções para a produção de uma proteína com o mesmo nome.
No entanto, mutações no gene MECP2 também podem causar outras doenças, por isso o exame físico é necessário para o diagnóstico.
O teste genético também pode ser usado para detetar mutações noutros genes, incluindo CDKL5 e FOXG1. Estes genes têm sido associados a formas atípicas da doença, cujos sintomas não cumprem todos os critérios de diagnóstico da Síndrome de Rett.
O diagnóstico é baseado na avaliação clínica do paciente e deve ser realizado por profissional habilitado para tal, neurologista e/ou pediatra.
O diagnóstico de Síndrome de Rett é possível com base na observação dos sintomas da criança durante o desenvolvimento inicial e com a avaliação contínua do seu crescimento, estado físico e neurológico.
A regressão e as estereotipias, entre outras características clínicas, são elementos fundamentais para o diagnóstico.
Durante o exame físico e revisão da história clínica, os médicos procuram vários critérios, ou diretrizes, para diagnosticar a Síndrome de Rett. Esses critérios enquadram-se em três categorias: essencial, de apoio e de exclusão. Os critérios essenciais devem estar presentes para que o médico chegue ao diagnóstico da Síndrome de Rett.


Os critérios essenciais incluem:

  • Perda de competências manuais intencionais adquiridas;
  • Alterações nas competências de fala e comunicação adquiridas;
  • Movimentos estereotipados das mãos, como movimentos de torcer, esfregar ou bater palmas;
  • Alterações na marcha (com base rígida alargada, hiperextensão dos joelhos e contração da musculatura abdominal ou andar na ponta dos pés).
  • Ausência de outra doença, síndrome ou lesão que explique as características anteriores.


  • Outros critérios de suporte frequentemente incluem:

    • Atraso no crescimento;
    • Alterações no Eletroencefalograma/EEG;
    • Epilepsia - mais de 50% das pessoas com síndrome de Rett apresentam algum tipo de convulsões epiléticas em algum momento;
    • Desenvolvimento de escoliose (curvatura da coluna);
    • Irregularidades respiratórias, que incluem apneias e hiperventilação;
    • Marcha oscilante de base alargada (cerca de metade das pessoas com síndrome de Rett adquirem marcha independente);
    • Aumento do tônus muscular com a idade. Os músculos tornam-se cada vez mais rígidos, podem ocorrer deformidades nas articulações e perda de massa muscular;
    • Perturbações vasomotoras periféricas;
    • Pés pequenos e hipotróficos;
    • Problemas no sono marcados por dificuldade em adormecer ou acordar durante a noite por longos períodos (muitas vezes com gritos ou risos);
    • Resposta diminuída à dor;
    • Comunicação visual intensa;
    • Bruxismo (ranger de dentes)

    Os critérios de exclusão incluem:

  • Lesões cerebrais causados por trauma ou adquiridos após o nascimento;
  • Distúrbio neuro metabólico (problemas no sistema nervoso, relacionados com a forma como o corpo obtém ou utiliza a energia proveniente dos alimentos);
  • Problemas neurológicos causados por infeção grave;
  • Desenvolvimento anormal durante os primeiros seis meses de vida.



  • Observação

    Nem todas as crianças apresentam todos os sintomas. O neuro-pediatra deve ser consultado a fim de confirmar o diagnóstico clinico da criança. O acompanhamento envolve uma abordagem por uma equipa multidisciplinar com foco no controle dos sintomas e apoio educacional.


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